Harnoncourt - o revolucionário
“From an early age, I always took an opposite standpoint. I’m not a person who always agrees. I can only agree if I first have also thought about the opposite stance. I like objections to my opinion – I need someone who questions my arguments. If I don’t have a discussion partner, I have a fierce discussion with myself if necessary”.
Nikolaus Harnoncourt
Esta descrição feita por Harnoncourt de uma das facetas da sua personalidade parece ser de vital importância para compreendermos a forma como a sua carreira tem evoluído ao longo de mais de 50 anos de actividade e como ele próprio se tornou num dos maestros mais revolucionários da actualidade.
Nascido em Berlim em 1929, passou grande parte da sua infância em Graz.
Tendo estudado violoncelo na Academia de Música de Viena, ingressou em 1952 na orquestra sinfónica da mesma cidade. O seu espírito inquieto sempre o fez questionar-se sobre as formas interpretativas mais ortodoxas especialmente quando se tratava de música anterior ao século XIX.
Em 1953 funda juntamente com a sua esposa Alice (violinista) os Concentus Musicus Wien, agrupamento dedicado à música barroca em instrumentos originais. A partir daí, a sua carreira divide-se entre a pesquisa e prática dos instrumentos e técnicas do período barroco e seminários sobre a abordagem filosófica da música e a sua relação com a sociedade. Com o seu agrupamento começa uma fulgurosa carreira no âmbito da música antiga realizando inúmeras gravações do qual se destaca o grande projecto da integral das cantatas de Bach (1971-1989) em colaboração com Gustav Leonhardt.
Mas o seu trajecto irá diferenciar-se dos demais maestros de música antiga logo em inicio dos anos 80 quando começa importantes colaborações com orquestras modernas como é o caso da Orquestra do Royal Concertgebouw de Amesterdão e a orquestra da Ópera de Zurique. A partir de 1987, a sua actividade à frente da Orquestra de Câmara da Europa irá resultar na realização de inúmeras gravações, na maior parte ao vivo, de obras de referência do reportório clássico e romântico que lhe valerão vários prémios da crítica. Nestas interpretações torna-se particularmente óbvio que uma nova abordagem da partitura se impõe e os músicos são convidados a encontrar novas formas de execução e de interpretação. A utilização por exemplo na secção dos metais de instrumentos naturais (comuns até meados do século XIX) juntamente com tímpanos históricamente apropriados, devolvem a esta parte da orquestra, a sua vertente fortemente rítmica ( tradicionalmente esquecida) em benefício de uma execução mais melódica.
Nascido em Berlim em 1929, passou grande parte da sua infância em Graz.
Tendo estudado violoncelo na Academia de Música de Viena, ingressou em 1952 na orquestra sinfónica da mesma cidade. O seu espírito inquieto sempre o fez questionar-se sobre as formas interpretativas mais ortodoxas especialmente quando se tratava de música anterior ao século XIX.
Em 1953 funda juntamente com a sua esposa Alice (violinista) os Concentus Musicus Wien, agrupamento dedicado à música barroca em instrumentos originais. A partir daí, a sua carreira divide-se entre a pesquisa e prática dos instrumentos e técnicas do período barroco e seminários sobre a abordagem filosófica da música e a sua relação com a sociedade. Com o seu agrupamento começa uma fulgurosa carreira no âmbito da música antiga realizando inúmeras gravações do qual se destaca o grande projecto da integral das cantatas de Bach (1971-1989) em colaboração com Gustav Leonhardt.
Mas o seu trajecto irá diferenciar-se dos demais maestros de música antiga logo em inicio dos anos 80 quando começa importantes colaborações com orquestras modernas como é o caso da Orquestra do Royal Concertgebouw de Amesterdão e a orquestra da Ópera de Zurique. A partir de 1987, a sua actividade à frente da Orquestra de Câmara da Europa irá resultar na realização de inúmeras gravações, na maior parte ao vivo, de obras de referência do reportório clássico e romântico que lhe valerão vários prémios da crítica. Nestas interpretações torna-se particularmente óbvio que uma nova abordagem da partitura se impõe e os músicos são convidados a encontrar novas formas de execução e de interpretação. A utilização por exemplo na secção dos metais de instrumentos naturais (comuns até meados do século XIX) juntamente com tímpanos históricamente apropriados, devolvem a esta parte da orquestra, a sua vertente fortemente rítmica ( tradicionalmente esquecida) em benefício de uma execução mais melódica.
“Dirigir não significa simplesmente marcar o tempo mas sim os acentos correctos”.
Por ter tido a oportunidade de alargar o seu reportório para muito além da música barroca, Harnoncourt veio influenciar de forma irreversível o mundo da interpretação e a maneira de se olhar e fazer a música no seio das orquestras ditas tradicionais. Actualmente, poucos são os músicos ou maestros que ousariam tocar Mozart ou Haydn sem a preocupação de o fazer, tendo em conta factores estilísticos históricamente correctos.
Muitos dos registos discográficos de Harnoncourt vão ficar para a história como dos mais importantes e esperemos que muitos mais virão ainda, enriquecendo assim o seu vasto e variado reportório.
Muitos dos registos discográficos de Harnoncourt vão ficar para a história como dos mais importantes e esperemos que muitos mais virão ainda, enriquecendo assim o seu vasto e variado reportório.
“We as musicians – and indeed all artists – have to administer a powerful, a holy language. We have to do everything in our power to keep it from getting lost in the maelstrom of materialism. There is not much time left, if it is not already too late, because the exclusive focus on thought and the language of reason, of logic, and the fascination we experience with the progress in science and our civilisation, increasingly alienate us from the essence of human life. It is probably no coincidence that this alienation goes hand in hand with the obliteration of religiousness: Technocracy, materialism and prosperity do not need religion; they don’t know religion, not even morality.
Art is not a nice extra – it is the umbilical cord which connects us to the Divine, it guarantees our being human”.
Art is not a nice extra – it is the umbilical cord which connects us to the Divine, it guarantees our being human”.
N. Harnoncourt
Leitura aconselhável: “Discurso dos Sons” – Nikolaus Harnoncourt.
Discografia : Mozart, Sinfonias 39, 40 e 41 – Orquestra de Câmara da Europa (Teldec).
Beethoven, “Fidelio” – Orquestra de Câmara da Europa (Teldec).
Schumann, Sinfonias - Orquestra de Câmara da Europa (Teldec).
Bruckner, sinfonia nº5 – Orquestra Filarmónica de Viena.
Beethoven, “Fidelio” – Orquestra de Câmara da Europa (Teldec).
Schumann, Sinfonias - Orquestra de Câmara da Europa (Teldec).
Bruckner, sinfonia nº5 – Orquestra Filarmónica de Viena.
Foto:Heimo Binder,Graz (1997).
Etiquetas: Música
4 Comments:
Excelente post! Gostei muito do "estilo" do blog, da apresentação, da escrita (posts com o tamanho certo, conteúdo e forma, sem caírem naquela linguagem demasiado técnica e entediante como tantas vezes acontece...), enfim, da iniciativa em geral. Um blog sobre a arte musical que promete! Agora só falta divulgação... espero poder comentar mais em breve!
Pedro Ávila Ribeiro
Olá! Gostei muito deste post. Despertou em mim alguma curiosidade. Fiquei interessada em ler mais sobre este Senhor!
Madalena
Interesting website with a lot of resources and detailed explanations.
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